Aqui vou contar como minha ficha caiu sobre Partos no Brasil e a importância da atenção a mulher no pós parto!
A volta pra casa depois de 2 dias foi assustadora, minha irmã mais velha foi pra casa arrumar tudo e dormiu lá para dar uma ajuda, correu tudo bem na primeira noite, mas o medo, a insegurança sempre faz parte de você quando uma vidinha depende de você! E veio a bendita queda dos hormônios, sim não é frescura é cientifico, é um sentimento muito estranho, você fica super sensível, chora por tudo e eu então nossa estava um turbilhão, tantas coisas novas, tantas dúvidas e minha mãe não estava ali comigo, da li um mês ia completar 1 ano que eu havia perdido meu alicerce, O Julio tirou férias para ficar comigo, me ajudava muito, a amamentação foi punk quando engravidamos dizem que é importante fazer o pré natal e exames e tals mas os médicos não nos ensinam a tal da pega correta, nem se quer dizem olha pesquisa sobre isso, pois bem somos jogadas na maternidade e pronto, se você possui alguém com uma experiencia que possa te ajudar legal senão se f@de ai!!
Meus seios racharam, ele não pegava direito ai na tentativa de me ajudar recebi o conselho de usar o bico de silicone, ok que ajudou muito mas infelizmente mais pra frente senti o impacto e o porque de NÃO usar, cada vez mais eu chorava pedindo pela minha mãe, eis que meu pesadelo apareceu as cólicas, fazíamos de tudo e nada melhorava um certo dia resolvi dar chá de camomila pra ele com certeza esse seria o conselho da minha mãe, e para meu desespero Lillo acordou vomitando, eu me culpava achando que foi culpa do chá, ele mamava e vomitava, fomos para o hospital e depois de alguns exames e conversas ele foi diagnosticado com Estenose Hipertrófica do Piloro( um músculo que liga o estomago ao intestino parou de funcionar), resumindo ele foi operado no mesmo dia com 20 dias de nascido para a abertura do músculo, uma incisão do lado direito embaixo do umbigo, meu bebê estava indo para a cirurgia, pânico, medo e desespero e mais uma vez minha mãe não estava lá, passamos 1 horas com minha prima Vanessa ao nosso lado, a hora não passava mas graças a Deus correu super bem, fomos para a UTI e o Julio pra casa pois só podia 1 acompanhante e para meu desespero ele estaria de jejum absoluto por 48 horas, eu não poderia amamenta-lo ou pegar ele no colo para não sentir meu cheiro, ficamos no hospital por 5 dias e para meu desespero descobri o quanto o emocional de uma mulher pode interferir no leite materno, com toda essa preocupação e estresse meu leite diminuiu muito e tempos depois descobri que a Adrenalina interrompe o trabalho da Ocitocina e ai bau bau leite, entrei em desespero ele tinha fome e meu leite diminuiu horrores, voltamos para a casa e tomei a decisão de dar mamadeira para ele!
Em dias o Julio voltou a trabalhar e eu fiquei sozinha com ele, era o dia todo no peito ele voltou outra criança do hospital, só ficava no colo, dormia no peito e quando eu tirava ele do colo acordava, ele tomava a mamadeira a noite e como tive que acalma-lo no hospital com chupeta agora não pegava mais a mesma(agradeço por isso até hoje), foram dias e dias eu e ele durante o dia, não conhecia o wrap sling ainda, morava em um prédio com escada era difícil passear com ele de carrinho, ele não dormia e eu estava constantemente cansada, apesar dele dormir bem a noite ele não dormia de dia quem já teve filho sabe do que eu estou dizendo, precisamos descansar de dia e isso não ocorria comigo, por mais que algumas pessoas tentavam me ajudar não é a mesma coisas havia sempre 1 peça faltando, sempre um conselho que me faltava, um colo, um carinho, o puerpério é muito importante não é qualquer coisas, a mulher precisa de ajuda, de companhia, alguém para conversar, para lhe ajudar e eu infelizmente não tive isso e com quase 3 meses decidimos colocar o Lillo no berçário, eu estava com começo de depressão, tomando remédios e foi a melhor conclusão que tivemos(me culpo até hoje por isso acho que deveria ter aguentado mais), com isso ele teve que começar a tomar mamadeira durante o dia também, eu já não conseguia tirar o suficiente para mandar para a escola então foi complemento infelizmente!
Nesse meio tempo todo, além de tudo que eu estava passando tinha as dúvidas relacionadas ao meu parto e as consequências sofridas, comecei a procurar todo e qualquer tipo de informação para que eu conseguisse entender e ver se tudo isso era certo, e para meu espanto descobri toda a verdade!
Sofri Violência Obstétrica e muita, e tudo desencadeou por conta da bendita anestesia Hack, como eu fiquei com a parte de baixo do meu corpo paralisada automaticamente meu trabalho de parto parou, meu útero contraia mas eu não sentia, com isso eu não conseguia ajudar o Lillo a nascer e ele foi ficando cansado e com os batimentos fracos, ai o “meu salvador” teve que ajudar sendo assim me cortou para ajudar a saída e usou o fórceps, se um já prejudica pacas imagina os dois né, ele cortou os muculos da minha vagina e me abriu com um fecho ocasionando o afrouxamento do meu assoalho pélvico que resultou na queda da minha bexiga e útero, coisa que só acontece depois de muitos partos ou na velhice, e não satisfeito com isso ele ainda não me costurou direito e tudo isso porque? Porque eu não me sucumbi a ele, apesar das investidas não quis fazer cesárea, e dei a má sorte de entrar em TP no dia do plantão dele o que eu fiquei sabendo na consulta que atrapalhou um pouco ele, e se não bastasse tudo isso fui em vários outros GO´s (pois não voltei nele nunca mais) eu queria um encaminhamento para fazer fisioterapiauroginecologica já que uma amiga fisio me disse que existia e aqui na minha cidade tinha um local que era de graça, mas passei por 15 médicos e nenhum dele me deram o encaminhamento, só falavam que era exagero meu, que de repente eu poderia colocar uma rede mas que depois o próximo parto teria que ser cesária, ou vamos fazer o períneo, eu não fui escutada por ninguém, me sentia péssima e demorou muito pra eu consegui me aceitar, um processo árduo que o Julio me respeitou muito!
Descobri então a humanização, as ativistas, o apoio ao aleitamento materno, o empoderamento, a informação, não me traumatizei e quero mais filhos e de parto normal, claro que agora muuuito bem informada a coisa será diferente, vou parir como índia e pronto!
Comecei a lutar por tudo isso e mesmo antes de me tornar Doula já disseminava a informação, resolvi me tornar Doula informar, e ajudar milhares de mulheres que devem ser respeitadas, empodera-las, ensinar que elas precisam de apoio e companheirismo em todas as decisões, precisam de ajudam no pós parto para amamentar sem ajuda de bicos ou mamadeiras, tive sorte de amamentar até 1a6m mas muitas não tem essas sorte pois existe confusão de bicos, a criança só precisa do seu peito, se eu precisar ir todos os dias na casa de uma Doulanda pós parida para ajudá-la eu vou, pois só eu sei o quanto esse apoio é extremamente importante, mostrar pra essa mulher que se o médico tetubear ela tem que fugir pois ele irá roubar o momento mais mágico da sua vida. Nós sabemos Parir, nosso corpo sabe Parir, nossa realidade é complicada mas não é impossível a informação, respeito e o carinho é o mais importante sempre!
Sou Doula por AMOR, vou sempre ajudar pois não desejo a ninguém o que eu e milhares de mulheres já passaram nas mãos desses açougueiros!
Gratidão
[…] Como muitas sabem me tornei ativista e Doula depois do meu primeiro parto cheio de violência obstétrica e obstáculos, pra quem não viu segue o link Aqui e Aqui […]
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